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A candidatura autárquica do BE Matosinhos apresentou o seu mandatário, o Arq. Gonçalo Torgal

Fernando Queiroz com Gonçalo Torgal
Fernando Queiroz com o mandatário da candidatura, o Arquitecto Gonçalo Torgal

A sessão pública de apresentação decorreu na zona exterior do restaurante São Valentim (Rua Heróis de França, junto à lota de Matosinhos). Em ambiente alegre e participado, com a presença de alguns dos candidatos do BE a outros concelhos do distrito, o Arquitecto Gonçalo Torgal, foi apresentado como mandatário da candidatura autárquica do BE Matosinhos. O mandatário sublinhou a sua já longa ligação ao Bloco, afirmando uma vez mais, a sua inteira disponibilidade para este combate politico:

 

“Quis o Fernando Queiroz e a gente do Bloco de Esquerda de Matosinhos que eu estivesse com eles, como sabiam que estava, e publicamente o afirmasse, em mais esta candidatura autárquica.”

 

Depois de algumas reflexões à situação social e económica do país:

 

“A economia definha e as próprias finanças pioram, o governo faz o quê? Salva os bancos – o célebre BPN, o BCP e agora, custe o que custar, o BANIF (as filhas do Horácio Roque julgavam que eram ricas, andaram em guerra com a mãe e afinal herdaram um banco falido, mas mesmo assim são ricas, vá-se lá perceber como) com a intervenção o estado, ficou dono de 99% do capital – não sejamos ingénuos.

O governo procura salvar o capital, os bancos, parabancos, consórcios e os seus negócios.

É a tal crise.

Crise “de gastarmos demais”, dizem-nos.

Sabemos que não é só isso, mas também não deixa de ter qualquer coisa de verdade.”

 

Gonçalo Torgal residente em Matosinhos por longos anos e com o seu atelier sediado no concelho, demonstrou algumas das suas, já antigas preocupações com o concelho, e sublinhou os erros cometidos pelos últimos executivos municipais e como o Bloco ao longo dos anos os foi apontando:

 

“Gastou-se sobretudo mal, digo eu.

Tínhamos uma marginal digna ou duas, Matosinhos e Leça, fizeram umas megas maginais ao gosto narcísico do presidente de então (o nome não é só coincidência) ou do vereador que lhe herdou o lugar, mas dando jeito sobretudo aos interesses imobiliários (de grandes grupos, da banca) que assim venderam melhor os seus “empreendimentos” (e eu chamo-lhes empreendimentos entre aspas, está bem de ver porquê).

Os acessos ao resto do concelho, mesmo às praias a norte, foram sendo deixados às Scuts, que já não o são, de S.Mamede a Matosinhos paga-se portagem, virtual, electrónica, mas paga-se.

Se Lavra se safou, foi talvez por influência do Mar Shopping e do IKEA. Coincidências.

Coincidências como aquelas que há vários anos licenciaram, contra o mais elementar bom senso, um imenso polo de atração automóvel num dos nós mais congestionados da região – a então rotunda dos Produtos Estrela – protegendo e apoiando ativamente grandes interesses económicos em menosprezo do interesse público, do comércio local, do ambiente – mais filas de trânsito, mais barulho, mais poluição – menos qualidade de vida.

São lágrimas de crocodilo, as dos que agora falam da primazia ao ambiente, do comércio local, da revitalização da cidade…

Mas foram essas e outras as bandeiras do Bloco, do Fernando Queiroz, do Ferreira dos Santos e da Dra. Cecília Eira.

Numa oposição que conseguiu construir alguns consensos, inesperados, às vezes.

É nestes tempos de crise que é mais preciso procurar alternativas.

Alternativas que começam por mudar o objectivo, o alvo.

Não é a crise financeira o grande mal, o grande mal é a crise social é o desemprego, é a injustiça social.

Não é a impossível estabilidade financeira que nos trará qualidade de vida.

É o trabalho, o emprego, a justiça, que nos trará a capacidade de debelar as crises financeiras e especulativas.

E no poder local, o combate é o mesmo.”

 

 

Fotos da apresentação no Facebook da candidatura "Concelho Justo, Concelho Sustentável"