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Visita à escola secundária do Padrão da Légua

No seguimento de uma visita a diversas escolas do distrito do Porto, por representantes da área da educação no Parlamento do Bloco de Esquerda e responsáveis locais, foi visitada a Escola Secundária do Padrão da Légua, a fim de contactarem com as dificuldades ali vividas, motivadas pela paragem das obras de requalificação dos edifícios a cargo da empresa Parque Escolar.

Do grupo do Bloco fizeram parte o deputado à Assembleia da Republica, Luis Monteiro, o assessor para a educação do grupo parlamentar, Manuel Grilo, o deputado municipal Ferreira dos Santos, a dirigente distrital Maria Manuel Rola e Cecília Moutinho, elemento da concelhia de Matosinhos.

Foram recebidos pela directora do Agrupamento Dra. Isabel Morgado, que se fez acompanhar da Dra. Liliana Maldonado  e Dr. Adriano Silva, que prestaram todas as informações que lhes foram solicitadas.       

Esta escola tem cerca de 900 alunos e, apesar das condições em que o edifício se encontra há cerca de 5 anos, com obras inacabadas e com grande falta de espaço, procura ser uma escola inclusiva, não seleccionando alunos e desenvolvendo um trabalho pedagógico interessante, criativo, integrando cerca de 50 alunos da comunidade cigana local e mantendo um protocolo com a ADEIMA para alunas com percurso alternativo. Foi apontada a falta de mediadores culturais que ajudariam a aprofundar a inclusão destes jovens.

Os bons resultados pedagógicosem termos de exames nacionais obtidos pela comunidade escolar devem-se a um corpo docente estável e muito empenhado, e a práticas pedagógicas que ultrapassam o mero cumprimento de programas e apostam na educação não formal e na educação para a cidadania. Foram referidos os planos de acompanhamento dos alunos com mais dificuldades, contratualizados entre alunos, encarregados de educação e professores, que se tem mostrado com alguma eficiência. A motivação dos alunos em actividades culturais, cívicas e desportivas é patente por toda a escola.

Uma das questões levantadas pelos professores tem a ver com a dificuldade de acesso à escola EB 2/3 de Leça do Balio, que integra este agrupamento, que seria facilitado com uma paragem do autocarro mais próxima daquela escola, evitando a deslocação a pé dos alunos num percurso penoso quando chove.

Numa visita às instalações foi constatada a falta de espaço que leva a que muitas turmas tenham aulas em contentores e que mesmo o refeitório funcione num contentor, com manifesta falta de condições de conforto para alunos, professores e para o pessoal auxiliar. As refeições são preparadas na escola de Leça do Balio e consequentemente perdem alguma qualidade com o transporte.

Foram várias as iniciativas que a comunidade escolar tem tomado para alertar as autoridades para a situação, que passaram por uma petição a apresentar à Assembleia da Republica e por uma manifestação que envolveu alunos, encarregados de educação, professores e população local, o  que  mostra  o empenho na resolução do problema das obras e a coesão existente nesta comunidade escolar.

Por parte dos bloquistas foi manifestado o interesse que a resolução deste problema seja célere atendendo não só às dificuldades que toda a comunidade enfrenta, como ao muito oneroso custo da paragem das obras, nomeadamente com o aluguer das estruturas provisórias que estão a ser utilizadas, não descurando a necessidade de cuidados de manutenção porque as obras ainda irão demorar algum tempo. O facto destas obras terem sido descuradas durante todos estes anos pela tutela, prejudicando uma comunidade escolar em desenvolvimento e subindo os custos finais da construção foi também motivo de estranheza por parte dos visitantes.

C.M.S.
in "Jornal de Matosinhos"