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Bloco de Esquerda ao lado dos Trabalhadores da Refinaria da GALP

Reunião com trabalhadores da GALP

Na passada 2ª feira, 4 de janeiro, o Bloco de Esquerda reuniu com 6 elementos da Comissão de Trabalhadores da Refinaria da GALP, sobre o anunciado encerramento desta importante unidade fabril em Matosinhos. Pelo BE o deputado na AR, José Soeiro, com Ernesto Magalhães e Sílvia Carreira, deputados na Assembleia Municipal e de Freguesia, respetivamente, expressaram a sua solidariedade e disponibilidade.

Já no passado dia 28 de dezembro o BE fez aprovar por unanimidade na Assembleia Municipal de Matosinhos dois votos referentes à desativação da refinaria da GALP em Matosinhos. Um “Voto de Solidariedade para com os trabalhadores da Refinaria da Galp” e um Voto de Repúdio pela ação da GALP e do Governo. 

José Soeiro classificou de selvagem a decisão do Governo e realçou a hipocrisia dos argumentos da transição energética pois, este encerramento não diminui em nada as emissões de gases com efeito de estufa, já que os produtos, ainda necessários, continuarão a ser fabricados em Sines ou importados, como no caso dos aromáticos que são exclusivos da Refinaria de Matosinhos. Para além disso, a necessária transição energética não pode ser uma ameaça ao emprego e aos direitos laborais dos trabalhadores.

Por parte da Comissão dos Trabalhadores foram evidenciados, entre outros, os seguintes factos:

  • Este encerramento afeta 500 trabalhadores vinculados à GALP e 1000 trabalhadores contratados por empresas que, diária e continuamente, prestam serviços à Refinaria de Matosinhos.
  • Restaurantes e comércio local vão ver a sua atividade drasticamente diminuída.
  • Na Refinaria de Matosinhos a GALP não está a ter prejuízo: só menos lucro.
  • É um ataque à Indústria do Norte e cria graves problemas ao abastecimento ao Aeroporto Sá Carneiro e ao Complexo Industrial de Estarreja.
  • Vai haver mais emissões poluentes, já que aumenta bastante o transito de navios e camiões.
  • Perdem-se 480 M€ de exportações em óleos e aromáticos (xileno, tolueno, etc.), principalmente para os PALOP. Terão que ser importados, já que Sines só vai destilar os combustíveis.
  • É um passo gigante para a dependência do exterior, nomeadamente de Espanha, já com pipelines prontos em Porriño, Vigo.
  • Na última década a GALP investiu em Matosinhos 400 M€ na modernização da refinaria (para 20 a 30 anos), tornando-a uma das melhores da Europa, na emissão de efluentes.

  Na reunião, foi evidente a preocupação dos trabalhadores pelas questões sociais e económicas, quer a nível local como a nível nacional. Muito para além da preservação dos seus postos de trabalho.